sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Investimento estrangeiro na Paraíba. Um ótimo negócio!


Estrangeiros procuram Paraíba para investir

Junta Comercial do Estado revela que, só no primeiro trimestre deste ano, os negócios com a presença de empresários estrangeiros já equivalem à metade dos registrados em 2009.
Ana Teixeira
A Paraíba está atraindo de pequenos a grandes investidores internacionais. Comércio, turismo, imobiliário, indústria, energia e mineração contam com investimentos de espanhóis, franceses, portugueses, árabes, indianos, suecos, americanos, dentre outros.

A Junta Comercial do Estado revela que, só no primeiro trimestre deste ano, os negócios com a presença de empresários estrangeiros já equivalem à metade dos registrados em 2009.

Só uma mineradora, que possui capital americano e chinês, vai investir cerca de R$ 117,6 milhões no alto Sertão paraibano. Uma indústria finlandesa está investindo R$ 300 milhões na implantação de uma termelétrica, em Campina Grande. Uma fabricante indiana de transformadores, instalada no Distrito Industrial de João Pessoa, quer investir pelo menos R$ 5 milhões em equipamentos.

No setor imobiliário, o fechamento de um negócio com uma entidade esportiva sueca pode movimentar até R$ 1,4 milhão.

Entre os maiores investimentos destaca-se o da Brasil Nordeste Mineração, que realiza pesquisa nas jazidas de minérios de ferro da região de Cajazeiras, além do beneficiamento e industrialização do caulim, no município de Juazeirinho.

A empresa, que é brasileira, tem consórcios com um grupo da China e outro dos Emirados Árabes. Conforme informações de um dos sócios, Genival Matias, a mineradora está investindo aproximadamente R$ 117,6 milhões e poderá gerar até 1.150 empregos diretos, em três unidades de beneficiamento dos produtos, que devem ser instaladas ainda este ano, nas regiões.

No âmbito industrial, o presidente da Federação da Indústria da Paraíba (Fiep), Buega Gadelha, destaca que a Termelétrica de Campina Grande, em processo de instalação, utiliza capital estrangeiro. A usina, construída pela indústria finlandesa Wärtisilä Brasil, conta com investimentos da ordem R$ 300 milhões e deverá gerar 500 novas oportunidades de trabalho.

A Vijai Elétrica do Brasil, que é subsidiária da indiana Vijai Elétrica – principal fabricante mundial de transformadores de distribuição de baixas perdas –, projeta um investimento de pelo R$ 5 milhões, este ano. “Pretendemos investir em equipamentos para alavancar a produção em no mínimo 30%. A expectativa é que, este ano, o nosso faturamento supere em mais de 90% o registrado em 2009, que foi o ano da crise”, diz o diretor de Marketing da empresa, Darci Chaves.

Imóveis
Já o segmento imobiliário é alvo de pequenos e médios investidores, que compram imóveis em bairros como Cabo Branco, Tambaú, Bessa, Tambauzinho, Miramar e Bairro dos Estados, segundo a agente de negócios internacionais, Patrícia Leite Gallagher, que é proprietária da Brazil Overseas Property Negócios Imobiliários. Na última sexta-feira, Patrícia contou que a Federação Sueca de Vôlei, cujas atletas vêm treinar na Capital há três anos, quer comprar quatro apartamentos no Cabo Branco.
Os preços dos apartamentos com o perfil desejado pela entidade variam de R$ 250 mil a R$ 350 mil, segundo a empresária. Neste caso, o investimento total pode ser de até R$ 1,4 milhão. “O objetivo é acomodar as atletas, durante os meses de março e abril, que é o período de treinamento para o Circuito Mundial de Vôlei. Nos outros meses, os imóveis ficarão alugados”, explica.

Jazidas de ferro no Sertão
O potencial produtivo da mineração na Paraíba ainda é desconhecido, mas o crescimento do interesse de grupos com capital internacional, nos últimos anos, dá uma idéia do tamanho do tesouro oculto nas reservas do Estado. As jazidas de minério de ferro da região polarizada por Cajazeiras são objeto de pesquisas desenvolvidas, desde o ano passado, pela Mining Ventures Brasil Pesquisa e Mineração Ltda, que possui capital americano, e a Brasil Nordeste Mineração, que tem investimento chinês e árabe. Outra empresa com capital americano, interessada em explorar minerais em Pedra Lavrada procurou o secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico, Edivaldo Nóbrega, recentemente.
Por conta da competitividade do setor, o presidente da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Minerais da Paraíba (CDRM), Iramir Barreto Paes, afirma que a Mining Ventures Brasil Pesquisa e Mineração Ltda não revela os números de investimentos ou de geração de emprego. Já o empresário Genival Matias, sócio da Brasil Nordeste Mineração, revela que a empresa está prospectando áreas na Paraíba e no Ceará para a exploração de duas unidades de beneficiamento do minério de ferro. Só nas pesquisas, iniciadas há um ano e meio em Cajazeiras, Nova Olinda e na região de São Mamede, foram investidos R$ 12 milhões.
Segundo ele, a construção de cada unidade, de 200 mil metros quadrados, demandará U$S 20 milhões em investimentos, que correspondem a R$ 35,6 milhões. Nesta filial, a empresa vai gerar em torno de 500 empregos diretos. “Outra unidade de beneficiamento do caulim, que começou a ser implantada em 2009, no município de Assunção, contará com um investimento de aproximadamente R$ 20 milhões gerar em torno de 150 empregos diretos”, conta.
Matias diz, ainda, que a empresa vai construir outra unidade de processamento, no Distrito da Barra, em Juazeirinho, para beneficiar caulim, tântalo, tantalita, calcita, calceterita, calcário e outros. Até 500 empregos diretos devem ser criados. “O investimento previsto é de R$ 50 milhões. A área já foi comprada e estamos tirando licenças ambientais”, comentou. O caulim é utilizado na produção de tinta, cerâmica, derivados de petróleo, porcelanato e remédios.
Embora as reservas minerais do interior do Estado estejam em alta, o presidente da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Minerais da Paraíba (CDRM), Iramir Barreto Paes, afirma que ainda é preciso realizar estudos para saber o real potencial do Estado nesta área.

Exportação
De acordo com Genival Matias, a Brasil Nordeste Mineração pretende exportar o caulim beneficiado para os Estados Unidos e para a Europa, a partir de julho. “A empresa também está desenvolvendo uma tecnologia para aumentar o aproveitamento do rejeito do caulim de 30% para 70% para a produção de argamassa. Em um ano também começaremos a exportar a argamassa”, afirma.

Portugueses são maioria
Embora não possua números de investimentos em seu banco de dados, a Junta Comercial do Estado revela que, só no primeiro trimestre deste ano, os negócios com a presença de empresários estrangeiros já equivalem à metade dos registrados em 2009. Os portugueses são os que aparecem com maior freqüência nos registros da Junta.
Este ano, duas empresas foram constituídas por portugueses, sendo uma na área supermercadista, no município do Conde, e outra na construção de empreendimentos imobiliários, instalada no bairro de Manaíra. No ano passado, outras quatro empresas com estrangeiros como administradores ou sócios internacionais foram registradas na Junta Comercial.

Informática
No Conde, foi criada uma empresa, na área de Informática, cujo administrador é sueco. Um empresário afegão aparece como sócio e administrador na constituição de duas empresas do ramo de auto peças, localizadas no bairro de Mangabeira. A outra empresa, situada em Cabedelo, é uma distribuidora de produtos alimentícios, que tem um português como sócio.

Polo atrai portugueses e chineses
A expectativa gerada pela retomada do projeto do Pólo Turístico do Cabo Branco também chegou aos investidores internacionais. O presidente do Condomínio do Polo Turístico, Tadeu Pinto, conta que o grupo português Pestana, do setor hoteleiro, planeja construir um resort na área. Um grupo chinês do mesmo ramo também está buscando parcerias para investir em um equipamento hoteleiro no Polo Turístico, segundo o secretário Edivaldo Nóbrega. Enquanto os grandes projetos não vêm, os pequenos e médios investidores europeus movimentam o turismo paraibano.
Segundo a agente de negócios internacionais Patrícia Gallagher, é comum a busca por pequenas propriedades rurais para a instalação de pousadas ou de equipamentos já prontos no litoral sul. “Tivemos o caso de um irlandês que comprou um empreendimento no Conde, que hoje é gerenciado por brasileiros. Também no Conde, há um casal de italianos que comprou uma pousada para hospedar grupos naturalistas”, relata.
A Costa do Conde é, aliás, uma das grandes apostas também entre grandes equipamentos como o resort Mussulo, inaugurado no ano passado. O empreendimento com capital angolano contou com um investimento de U$S 17 milhões.

Especulação imobiliária dificulta
A maior parte dos clientes da agente de negócios internacionais Patrícia Gallagher são casais de pequenos e médios investidores, na faixa etária de 35 a 50 anos, que estão se aposentando ou começando novos investimentos, ou ambos. Apartamentos de dois e três quartos na orla de João Pessoa constituem o principal interesse deles na Paraíba. O objetivo: passar as férias de verão e alugar pelo resto do ano. Mas a especulação imobiliária, que já aumentou em até 757% o valor do metro quadrado no Cabo Branco, nos últimos oito anos, começa a dificultar o fechamento destes negócios.
De acordo com a agente de negócios imobiliários, Patrícia Gallagher, o metro quadrado no Cabo Branco, que hoje varia de R$ 3.500 a R$ 6 mil, custava R$ 700 em 2002. Ou seja, o valor era até 757% mais barato. Após nove anos longe do Estado, a empresária espanhola Eugenia Minguell, que morou na Paraíba de 1995 a 2001, sentiu a diferença nos preços. “Acho que houve uma subida bárbara nos preços, enquanto nos últimos três anos os preços dos imóveis baixaram na Europa”, observa.
Ela, que já possui um terreno no Litoral Sul, planeja comprar uma cobertura de R$ 650 mil, no Cabo Branco, o que equivale a 260 mil euros. “O preço aqui está muito alto. Para se ter uma idéia, estou com um apartamento de quatro quartos por 120 mil euros, na Espanha. O europeu médio não tem tanto dinheiro para investir e o de alto nível não procura João Pessoa”, conclui. Apesar dos altos preços, a espanhola se diz apaixonada pelo Estado e pretende comprar o imóvel até para alugar para outros espanhóis que queiram conhecer a Paraíba. “Tem muita gente na faixa de 60 anos, para se aposentar, que investir para morar mesmo”, destaca.

Atletas suecas
A jogadora de vôlei da Suécia, Camilla Nilsson, lembra que a Copa do Mundo de 2014 também é um bom motivo para investir na Capital paraibana, que pode ser subsede do evento. “A Copa vai valorizar muito os imóveis e a melhor hora de investir é agora”, ressalta. Outros motivos atemporais são lembrados pela também jogadora sueca Tora Hansson: “beautiful beachs, very nice people e açaí”.
Segundo Patrícia Galagher, cada pessoa ou família estrangeira que chega ao Estado emprega 10 famílias direta e indiretamente.

Crise tem reduzido atividades
Desde 2008, a crise econômica mundial reduziu em pelo menos 30% os investimentos estrangeiros na Paraíba. Entre as atividades afetadas estão os negócios imobiliários, o turismo e a indústria, que viram a alta no fluxo de investidores externos, observada ao longo da década, ser interrompida pela recessão. A agente de negócios internacionais, Patrícia Leite Gallagher, afirma que a procura dos estrangeiros por imóveis no Estado caiu 30%, desde 2008. Números do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) confirmam o percentual, já que os investimentos feitos por pessoa física, caíram de 1.330.019,29 dólares (R$ 2,368 milhões), em 2008, para 931.258,49 dólares (R$ 1,658 milhão), no ano passado.
“Em 2005, havia mais facilidade de se investir no Brasil porque a situação econômica dos países de primeiro mundo era outra. A moeda deles era valorizada, ao contrário do real, o que significava boas oportunidades de negócio, já que os nossos preços estavam baixos. De 2008 para cá, a situação se inverteu. Com a crise, houve queda na cotação das moedas estrangeiras, enquanto a nossa se valorizou e os preços dos imóveis subiram”, comenta a empresária.
Um exemplo emblemático da queda na cotação das moedas estrangeiras, conforme Patrícia, é o da libra esterlina, cuja unidade equivalia a R$ 5,00, em 2005, e hoje corresponde a R$ 2,7. Isto representa uma desvalorização de 46% em relação à moeda brasileira. “Esta queda provocou uma redução de até 30% na procura, o que é relativamente alto, mas reflete o que aconteceu no Brasil inteiro”, afirma.

Construção civil afetada
O mesmo problema é observado pelo presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), Irenaldo Quintans, no tocante ao interesse de grupos do segmento hoteleiro internacional pelo Estado. O presidente do Sinduscon lembra que, de 2007 até o início de 2008, a Paraíba registrou uma alta procura de grupos do segmento hoteleiro da península Ibérica por imóveis no litoral, mas a crise gerou uma retração na demanda.
“Tivemos uma procura enorme de grupos da Espanha e Portugal por áreas no litoral. Hoje este interesse caiu por conta do recrudescimento da crise internacional na Europa. Esses países foram muito afetados pela crise e ainda sofrem conseqüências como o desemprego”, afirma.
Indústrias como a Vijai Elétrica do Brasil também sofreram os efeitos da crise em 2009. O diretor de Marketing da empresa, Darci Chaves, conta que a projeção de investimentos no ano passado, estimada em R$ 10 milhões, teve de ser reduzida por conta da recessão, mas este ano a expectativa é de retomada do crescimento.

Vijai
Instalada no Distrito Industrial de João Pessoa, em 2009, a Vijai Elétrica do Brasil é líder em fabricação de transformadores de distribuição de baixas perdas. A empresa, que foi responsável em trazer para a América do Sul esta tecnologia, é fornecedora exclusiva do grupo Energisa na Paraíba, Sergipe, Rio de Janeiro e Minas Gerais, também exporta transformadores para as distribuidoras de energia elétrica de
Embora a capacidade instalada contempla a produção de 400 transformadores/dia, a empresa fabrica em média 250/dia, o que significa uma média de 90 mil por ano, conforme Darci Chaves. A empresa gera aproximadamente 430 empregos diretos.
Fonte:
Correio da Paraíba - PB
Correio da Paraíba - PB
04.04.2010 | 07:55

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